Preparados para a quinta edição de A Fazenda que começará amanhã?

Posso imaginar o que os participantes que já estão isolados, estão sentindo hoje, véspera da estreia. A fase pré-reality é muito intensa, mexe bastante com o nosso psicológico. Sentimos várias emoções ao mesmo tempo e em intensidades diferentes. Ansiedade, medo, expectativa, tensão, alegria. Enfim, o jogo começa bem antes.

Depois que assinei o contrato, no início de março do ano passado, pensei: “E agora? Será que é isto mesmo que quero?”. E era.

A expectativa apenas aumentava com o passar do tempo, ficava esperando alguma notícia da produção, algum chamado para alguma etapa necessária: bateria de exames, papo com a psicóloga, gravação da chamada e ensaio fotográfico, arrumar as malas…

Nos três meses após assinar o contrato, tive que ficar desmentindo tanto para a mídia, como para todos que me perguntavam, se era verdade sobre a minha participação. Nenhum participante pode assumir que participará. E neste mesmo período, fiquei buscando na internet, listas dos supostos participantes, a curiosidade falou alto e queria saber quem seriam meus colegas de confinamento. Já ficava imaginando com quem rolaria afinidade, mas fiquei amiga justamente de quem achei que não seria. Estas pessoas me surpreenderam!

O pior momento, sem dúvidas, é o da despedida. Poucos dias antes, organizei um churrasco no prédio e chamei todas as pessoas que fazem parte da minha vida para me despedir. A esta altura do campeonato, todos já sabiam sobre a minha ida, não consegui guardar segredo por muito tempo para as minhas amigas.

Na manhã de domingo, quando a produção veio me buscar para o isolamento no hotel, foi o pior momento. O último abraço no marido foi dolorido, também me despedi da minha cachorra e da minha gata, abraçando quase as sufocando. Chorei como se estivesse indo para a forca ou então como se fosse uma despedida definitiva, como se não fosse voltar nunca mais. Imagino como deve ser para uma mãe ou um pai, se despedindo dos filhos neste momento.

Eu poderia voltar a qualquer instante, poderia ser a primeira eliminada e ficar apenas uma semana longe de todos, mas algo me dizia que eu ficaria os três meses. Era o que eu queria, viver o desafio até o fim.

O trajeto até o hotel foi bem longo e angustiante, pois todas as janelas da van estavam cobertas com um pedaço de tecido, então não via nada do que estava acontecendo nas ruas, quanto menos sabia para onde estava indo. Quando a van parou já onde fiquei hospedada, jogaram um tecido gigante sobre mim e alguém me conduziu até o quarto. Não tinha nenhum buraco no pano para que eu pudesse espiar. Escutava muitas vozes ao redor, os hóspedes comuns, curiosos com a movimentação, já sabiam que alguns participantes se hospedariam ali, então ficavam tentando descobrir quem poderia estar embaixo do pano, no caso eu. Ouvi alguns “acho que é a Bruna Surfistinha” no caminho, mas muitas pessoas chutaram errado.

Pediram para que eu parasse, ouvi uma porta batendo atrás de mim, puxaram o pano que me cobria. Já estava no quarto. O isolamento no hotel já sem poder receber notícias do mundo externo, é para pirar. É preciso ter muita estrutura emocional para não desistir ali. Me avisaram que eu não poderia abrir nenhuma janela. Há algumas regras que, se não forem seguidas, o participante já é expulso antes mesmo do programa começar.

Também não era permitido assistir televisão, apenas alguns filmes deixados pela produção. Sozinha, chorei ao ver P.S Eu te amo e ri com o desenho UP – Altas aventuras.

Levei algumas revistas,  já que era permitido, mas quem disse que conseguia me concentrar durante a leitura? E ali sozinha, pensei na hipótese de já estar sendo filmada. Fiquei um bom tempo, procurando câmeras escondidas pelo quarto, claro que não encontrei nenhuma. Mesmo assim, em nenhum momento deixei de pensar na possibilidade de haver alguma, então tomava alguns cuidados.

Sabia que tinha um segurança ao lado de fora do quarto, em alguns momentos encostei o ouvido na porta na tentativa de escutar alguma coisa, mas saía rapidinho com medo de ser flagrada e levar bronca. Em vários momentos, a moça que ficou responsável por mim, foi me visitar pra saber se estava tudo bem e se queria comer ou beber algo. Mas nosso assunto parava aí. Nem com ela, poderia conversar.

Já estava sem relógio desde o momento que saí de casa, então logo perdi a noção do tempo. Soube que já era noite quando a moça foi perguntar o que eu gostaria de comer no jantar. Mas, poderia ser tanto 18hs, como 23hs, apenas concluí que já era noite.

Tomei um longo banho, aproveitando aquele que poderia ser meu último estando pelada antes do reality. A qualquer momento, poderiam me levar para a fazenda. Não falaram quanto tempo duraria o isolamento.

Minha reflexão sobre a vida já começou ali, durante o isolamento. Antes de dormir, lembrei de vários momentos que já passei, pensei muito em meus pais, me perguntava se eles me acompanhariam no reality. Lembrei de situações que por algum motivo, estavam quase esquecidas. Não sabia o que seria de mim dentro da fazenda, mas estava certa de que seria mais uma grande experiência.

Ah, o isolamento durou até o dia seguinte. Ainda bem que foi por pouco tempo!

Aos poucos, farei confissões e comentarei fatos que vivi na fazenda. Terei os próximos três meses para contar tudo e ainda comentar sobre a quinta edição!

Aproveito este primeiro post, para mandar um beijo aos amigos que ainda mantenho contato e que se tornaram pessoas especiais em minha vida:

Valesca, Monique, Ana, Duda e Marlon… Obrigada por tudo! Muito bom poder contar com vocês “aqui fora” também! 😉